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A tomada do Brasil pelos maus brasileiros
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Avaliação 5 de 5por Jaqueline LimaMetamorfoses (trad. Bocage e coment. por Rafael Falcón)
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Aleluia! Antes tarde do que mais tarde! Ovídio deixa ser proibido de entrar em Roma. Se vivo fosse, ficaria muito feliz.
Há mais de dois mil anos, por motivos desconhecidos, Ovídio era banido de Roma. O poeta morreria pedindo ao imperador autorização para retornar da bela porém distante Tomis, atual Constança, às margens do Mar Negro. Porém, finalmente, a cidade de Roma acaba de revogar o exílio do autor de Metamorfoses.
(Leia a notícia aqui: http://www.telegraph.co.uk/news/2017/12/15/better-late-never-rome-revokes-exile-poet-ovid-2000-years-death/)
Se ele não tivesse morrido há dois milênios, agora sim seria possível ver o grande poeta romano na sua Roma. Porém, na Concreta é possível vê-lo e estudá-lo, em uma edição sem igual no Brasil, com a melhor tradução em língua portuguesa (do poeta Bocage) e as enormes e detalhadas notas explicativas do professor Rafael Falcón, que guiam o leitor em sua tarefa.
Nossa METAMORFOSES de Ovídio pode ser encontrada aqui: http://bit.ly/metamorfoses-ovidio.
E para que você tenha uma idéia da maravilha que é essa nossa edição, oferecemos um trecho da apresentação da obra, escrita pelo latinista Rafael Falcón:
COMO USAR ESTE LIVRO
Por Rafael Falcón
Os poemas neste volume foram escritos por um clássico da literatura latina, e traduzidos por um outro, da portuguesa. Trata-se, portanto, dum clássico elevado ao quadrado. E vendo tantas vezes a palavra “clássico”, o leitor talvez se espante ao saber que esta edição não se destina a eruditos necrófilos, às traças de alguma biblioteca pública ou ao movimentado mercado dos “sebos” – donde saem e para onde voltam tantas vezes os mesmos volumes. O livro em tuas mãos, leitor, foi publicado para crianças e adultos, com ou sem curso superior, saudáveis ou doentes, com uma única condição: que tenham dentro de si o desejo sincero de estudar e aprender, de tornar-se cidadãos cultos, de absorver e retransmitir aos seus próximos a tradição cultural de que Ovídio e Bocage são representantes.
Não é segredo, exceto para os que se beneficiam do segredo, que o Brasil sofreu nas últimas décadas uma catástrofe cultural de dimensões espantosas, talvez mesmo inéditas – embora o establishment acadêmico e jornalístico, movido não sei por que interesses, insista em ignorá-las e fingir que tudo corre na mais perfeita normalidade. Segundo a minha experiência e a de muitos conhecidos, pode-se dizer que não existe mais educação no Brasil. Mais da metade dos estudantes universitários sofre de analfabetismo funcional, isto é, são scholars incapazes de ler e compreender um texto simples; boa parte dos professores universitários que conheci (todos doutores) tinham dificuldade de entender um parágrafo escrito em moldes tradicionais; no entanto, não são eles, os “intelectuais”, a lutar contra o problema, pois estão ocupados com suas investigações específicas e cada vez mais irrelevantes. Por incrível que pareça, são as pessoas comuns, das mais variadas classes, que começam a perceber-se vítimas desse crime horrendo que é o abuso intelectual, não digo apenas por parte das escolas, mas também dos pais, dos opinadores, da indústria editorial. São elas que agora penam para saber como recuperar o tempo perdido, como impedir que a praga da incultura se espalhe para seus filhos e netos. Para essas pessoas, principalmente, foi pensado este livro.
O mais importante, evidentemente, é o texto clássico, bilíngüe. Desnecessário dizer que o livro pode assim ser utilizado em duas disciplinas importantes da educação tradicional: o português e o latim. Acompanha-o amplo material auxiliar, que se concentra sobre o texto vernáculo, referindo-se ao latim somente quando assim se iluminam de algum modo o sentido e as virtudes da tradução. Portanto, este livro visa, em primeiro lugar, aos estudos de língua portuguesa.
Engana-se o leitor, no entanto, se supõe que aqui só aprenderá português. O assunto destes poemas é a mitologia greco-romana, contada por um grande poeta antigo e traduzida por um grande moderno. Além dos mitos em si mesmos (cujo valor para a imaginação e para a inteligência tem sido lembrado por muitos e bons autores), aprenderá com esses poetas lições morais, métodos de narração, técnicas de estilo, máximas de grande utilidade. A matéria (res) e o estilo (verba) são componentes da poesia; aqui a matéria são deuses e heróis, e o estilo é de Ovídio e Bocage – que talvez fosse exagero dizer serem, em suas respectivas literaturas, deuses; mas todos admitirão, ao menos, serem heróis, pois modelos atemporais. Aprenderá o leitor, portanto, a antiga disciplina da grammatica, com toda a abrangência que a torna uma antecâmara dos estudos filosóficos, já que inclui o estudo de língua, estilo, expressão, compreensão, exemplos morais e imaginação.
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